03 de junho

GDF - Administrações Regionais GDF - Administrações Regionais GDF - Administrações Regionais GDF - Administrações Regionais GDF - Administrações Regionais
12/09/17 às 11h43 - Atualizado em 21/11/18 às 14h03

EQUIPE DE SAÚDE DO ITAPOÃ DESENVOLVE RECEITA MÉDICA MAIS ACESSÍVEL

COMPARTILHAR

Equipe de saúde do Itapoã desenvolve receita médica mais acessível

 

Com foco em pacientes que precisam tomar muitos remédios e têm dificuldade de leitura, o grupo adotou desenhos e cores para facilitar. Projeto concorre ao Prêmio Inova Brasília

AMANDA MARTIMON, DA AGÊNCIA BRASÍLIA

Uma ideia simples que melhora o tratamento e resulta em mais qualidade de vida tem beneficiado pacientes com dificuldade de leitura na Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 do Itapoã.

Com cores e sinais para referência, o projeto Receita Simples facilita a compreensão das prescrições médicas.
Com cores e sinais para referência, o projeto Receita Simples facilita a compreensão das prescrições médicas. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Para que eles saibam a hora certa de tomar o remédio, a equipe local trabalha no projeto Receita Simples, que adota cores e outros sinais para substituir as tradicionais anotações na receita médica.

Em vez da prescrição usual, o modelo adotado é visual. Além de imagens de sol e lua para indicar o horário, há referências para as refeições e cores associadas às cartelas de medicamentos.

Para desenvolver o projeto, que concorre ao Prêmio Inova Brasília, a equipe dá preferência a pacientes que usam vários remédios, principalmente os que têm doenças como hipertensão e diabetes.

Um deles é Domingas Pereira da Silva, de 49 anos, que tem colesterol alto e foi diagnosticada com pré-diabetes.

“Eu sei ler muito pouco, quase nada. É muito bom porque ajuda a não esquecer, essa é a maior vantagem da receita com desenhos”, conta a empregada doméstica.

A ideia surgiu quando o médico responsável pela proposta — e que atua na unidade —, Estevão Cubas Rolim, observou cuidados com o bisavô no ano passado. Após um infarto, o idoso passou a receber o auxílio de cuidadoras. “Mesmo dando instruções, ficou uma bagunça”, recorda.

O projeto foi iniciado em abril de 2016 e passou por várias etapas para ajustes no formato. A ideia é aumentar a segurança e a adesão ao tratamento.

Como funciona o projeto Receita Simples

Em um primeiro momento, a receita foi dividida em manhã, tarde e noite. Depois, surgiu a ideia de colar uma amostra do comprimido no papel, mas a proposta tornou-se inviável porque, com o tempo, os formatos dos medicamentos podiam ser alterados na produção.

Na tela, o médico responsável pela proposta — e que atua na unidade — Estevão Cubas Rolim, mostra a marcação das cores para cada medicamento sempre relacionadas com as cores usadas na receita.
Na tela, o médico responsável pela proposta, Estevão Cubas Rolim, mostra a marcação das cores para cada medicamento sempre relacionadas com as cores usadas na receita. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Em seguida, o grupo passou a digitalizar imagens das cartelas e imprimir as receitas com as fotos. Houve ainda uma tentativa de separar os medicamentos com o auxílio de caixas de ovos. Com o método, no entanto, os remédios podiam se misturar.

Antes de chegar à versão atual, a receita e as caixas de medicação ganharam adesivos coloridos. “Mas percebemos que caía com facilidade. O que deu mais certo é a liga colorida e a cor referente pintada na receita”, explica o médico.

Atualmente, é assim que os pacientes com maior dificuldade de leitura recebem as instruções. Cada caixa de remédio recebe uma liga colorida e a cor relativa é pintada no papel logo ao lado de indicações de quando e como o comprimido deve ser tomado.

“O cenário ideal é que os remédios estejam bem organizados e com uma receita simples. Para que, mesmo que o paciente não saiba ler, seja capaz de entender”, resume Estevão Cubas sobre a iniciativa. Para ele, o projeto pode ser levado a outros locais do DF, mas é preciso ser adaptado a cada realidade.

Prêmio Inova Brasília: 39 propostas habilitadas

Para reconhecer iniciativas inovadoras e com o objetivo de mobilizar os órgãos públicos do DF para prestar serviços de excelência ao cidadão, o governo de Brasília criou o Prêmio Inova Brasília.

LEIA TAMBÉM

Pacientes de alto risco com diabetes ou hipertensão serão acompanhados por equipe multidisciplinar. É o caso de Maria das Graças Teixeira, moradora do Itapoã.

SAÚDE CRIA AMBULATÓRIO PARA TRATAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS

PRÊMIO INOVA BRASÍLIA: VEJA OS PROJETOS HABILITADOS

Nesta primeira edição, foram habilitados 39 trabalhos desenvolvidos por servidores do governo local em quatro categorias: atendimento ao cidadão, práticas transformadoras (inovadoras), uso eficiente dos recursos públicos e valorização do servidor.

Também compõem a lista de boas iniciativas, por exemplo, o programa Gentileza no Comércio, desenvolvido pela Administração Regional do Núcleo Bandeirante; os papa-entulhos instalados pelo Serviço de Limpeza Urbana; o programa Qualifica Mais, com cursos on-line; o Portal do Voluntariado; e o Amamenta Brasília, que, entre outras atividades, articula campanhas para abastecer os bancos de leite humano da cidade.

EDIÇÃO: PAULA OLIVEIRA

Mapa do site Dúvidas frequentes